segunda-feira, maio 04, 2015

Trilhas

Ontem pela manhã peguei carona naquele trem
Não reparei bem, mas vi que você estava nele.
Quieto, no meu canto, fiquei
Não tinha pago a passagem

Você parecia sorrir
Admirei por uns instantes.

Então, alguém ao seu lado sentou
Senti um estranho ciúme
Ciúme de um estranho
Estranho...

Quem era
Aquele a sentir teu perfume matinal?
Quem era
Aquele a recostar o ombro direito em você sem nem lhe pedir?
Quem era
Aquele a poder ver seu sorriso secreto meio de lado?
Quem era...
Aquele era eu em desejo. Eu em vontade.
Eu em covardia. Eu em silêncio.
Eu que queria...

O trem parou. Você desceu.
Seguiu seu rumo. Sua trilha.
E ali, de carona, fiquei.
Sem passagem.
Sem caminho.

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