segunda-feira, maio 04, 2015
Braços inquietos
E enquanto conversa com ele
Ela está inquieta
Seus braços movimentam-se. São tagarelas.
Contam histórias, fazem cenas, dão risadas.
As mãos agitam-se feito gotas ao cair em dia de chuva.
- Ela transborda-se em si mesma, dizia ele.
- Sou tão cheia que, em mim, não me suporto. Daí escapo-me por entre gestos, mãos e pernas, justificava ela.
Um dia ele a encontrou de braços cruzados. Estranhou, O que houve?
- Estou me controlando. Preciso me conter.
- Por quê?, perguntou.
- Tenho medo de me deixar escapar de mim e me perder aos poucos.
Ele riu, passou-lhe o braço por cima de seus ombros
E perguntou como quem nada queria como foi o seu dia...
Então, sem ela nem perceber
Suas mãos começaram a narrar histórias...
Seguiram o caminho. Seguiram a conversa.
Seguiram.
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