Se por algum momento de sua mísera vida pensaste em estar ao lado meu, pobres de tu! Acreditas realmente que podes me ter ? Mal sabes quem sou...Não sejas tão crédulo; infeliz! Observe à tua volta.O que vês? Quem ,vês ? Lamento informar-te ,mas é pura ilusão! Está sozinho.Não tens a ninguém e por isso não podes me ter. Esperas por teu futuro duvidoso,mesmo sabendo que este nunca chegará. E acha que posso estar ao lado teu?Por quê? Nunca.Somos fugazes.Seres individuais e apodrecidos. Jamais nos suportaríamos. Não desejo o sofrimento a ti,pois já o possui. Pobre ser angustiado. O que te faz pensar que sois tua amante? Meu sorriso cínico e pérfido? Minhas mãos suaves? E meus olhos...Ah!Não acredites que podes ver algo. Pois és cego.E ainda...teima em ver a doce ilusão. Não percebes que és mais uma criatura a iludir-se? Porém se acreditares em mim, mostrar-te-ei o verdadeiro prazer de estar só. “Existem outras criaturas como tu, que insistem em acreditar na doce ilusão de estar com alguém ou de ter a alguém.São pobres criaturas famintas,que alimentam umas às outras com falsas palavras e efêmeras promessas...Andam perdidas e aos gritos,algumas,às vezes,até que tentam livrar-se,mas logo são tomadas por uma massa avassaladora de zumbis da ilusão.” Ainda queres continuar assim? E após ler essas sujas linhas,olhar ao espelho,sorrir...e com toda a falsidade diante de si mesmo, pensar: “Ainda assim,quero e preciso ter a alguém.” E com toda a certeza do mundo.Sim,toda a certeza.Tereis pena de ti. Acredites.Estou tentando apenas...aliviar. Aliviar a dor e a angústia que sentes.O desejo. Ah!O desejo que nos invade,e que nos faz perder o controle. Não mais ter que ser alguém,ter alguém ou querer a alguém. Eis o desejo único.Só.Ter somente a si. Tua fome até então insaciável...Provarás do saboroso gosto da solidão e não mais o deixará. Viverás consigo mesmo.Próprio de si. Eis a inquietação caótica.Destruidora da doce ilusão. Pobres criaturas iludidas. Não sejas mais uma.Sejas o indivíduo. Por isso,volto a te dizer: “ Não podes querer a mim...não me tens.” Gozes do prazer da liberdade,ainda que duvidosa para alguns. Somos indivíduos solitários. Acredites...enquanto há tempo. Ou... quando estiveres em meio à escuridão, ao frio e a dor, o silêncio... Enfim,acreditarás: estás só. |
segunda-feira, dezembro 12, 2005
Pobre de ti, criatura.
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