Quero ser livre.
Quero ser livre para poder andar na calçada
sem ter que olhar em frente.
Quero viver sem responsabilidades, sem horários a cumprir,
sem contas a pagar ; sem obrigações.
Quero me despir.
Quero rasgar minhas vestias,
as quais cobrem meu corpo, meu sexo;
e aprisionam minha alma e meu desejo.
Desejo de xingar minha professora querida;
De cuspir na cara de meus pais e mandá-los para aquele lugar.
Quero olhar para você e...(risos)
Quero poder me jogar ao mar, este cheio de tubarões famintos.
Quero tomar chuva em noite de tempestade ; quero correr
contra caminhões a oitenta por hora.
Quero não ter futuro, tem ter que esperá-lo.Quero não me lembrar de um passado,
Quero não ter estórias.
Quero não mais amar, não mais chorar, não mais sentir.
Quero ser livre de todas baboseiras que chamam de “vida”.
Quero ser livre da vida.Pois quero morrer.
Quero morrer numa escadaria úmida e lamacenta.
Onde lá de cima possa vê-los desesperados para viver.
Correndo atrás do nada, do futuro promissor que nunca chegará.
Quero morrer num corredor escuro e fétido.
Onde não se possa ver seu fim, apenas o sentir do vento ao meu rosto...
O soprar do vento da liberdade.
Quero morrer num silencioso quarto,
Livre do barulho de vossos gritos de medo.
De vossas lamentações, de vossas promessas.
De vossas rebeldias.
Livre do tormento de vossas revoltas.Chega!
Chega de ouvir por vós!
Quero estar sozinho.Calem as bocas!
Preciso ser livre!
Ser livre de vosso mundo barulhento, fétido.Imundo.
De vossas almas penadas que pedem por socorro a todo instante – Ah! As Igrejas que me “perdoem”!
Será que nesta terra não há ninguém que esteja cansado e,
que precisa e quer descansar ?!
Se livrar de todo esse tédio chamado “mundo”?
Quero queimar todos os livros,todas as poesias,
enfim,por fim à toda Literatura! E daí ?!
Só quero que me deixem ser livre.
Ao menos querer ser livre.Aliás “querer” não.
Nesse mundo já se quer demais.
Deixem-me ser livre !
Deixem eu morrer na minha escadaria lamacenta, ou no final no meu corredor.
Ou no meu quarto silencioso.
É pedir muito? Afinal, de quem é a merda dessa “vida” ?
Deixem-me SOZINHO.MORTO.E LIVRE.
OBS:Escrito em 2004,mês não lembro.
terça-feira, dezembro 06, 2005
Manifesto do Condenado
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário