sábado, maio 27, 2006

Estático.



Há muito que estou sentado neste banco.
Talvez não seja o único. Talvez não seja...
Talvez.


A posição que me encontro é bastante cômoda e satisfatória.

Não há nada que me faça levantar
Não posso. Não quero. Não vou.

Ah! Como eu, existem muitos.

Além do banco está somente eu. Companhia de mim mesmo.
Aqui, permaneço imóvel e quieto.
Nada faço. Nada sou. Nada.


Minhas pernas estão fincadas no chão.
Fincado, tamabém, está o meu desejo.
Desejo, que contaminado por uma mórbida canção, não me faz mais dançar.
Canção que segue o rítimo de um silêncio estático.

Meus olhos ainda continuam baixos, voltados para o chão.
Perfuram terra adentro em busca do nada que vêem.

Terra úmida e escura, impregnada da mais pura cegueira.
Mãos já não têm mais utilidade, assim como os braços.
Apenas pedaços de um corpo imóvel.

E, dessa imobilidade, já percebe-se um certo cheiro.
O odor da putrefação!

Confesso que já esperava tal acontecimento
Mas importância não há.

A posição que me encontro é bastante cômoda...
Não posso. Não quero. Não vou.

Não me importo se estou apodrecendo...
Não me importo.
Não me.
Não.

Stop. A Vida parou .............................................. deixando espaço para a Morte caminhar...

Um comentário:

Anônimo disse...

"...Morte, Morte, Morte que talvez seja o segredo dessa vida..."
RAULLLLLLLLLLL, do nosso amigo Lazro.
Moça , abracos e melhoras!