quinta-feira, novembro 01, 2012

Penso




Meu silêncio é o sorriso da minha Liberdade.
Que entre frestas de cada palavra dita, observa o barulho do mundo.


Não serei aquele a cantar frases belas nem desejos de ordem.
Canto meu próprio silêncio por onde berro todos os meus segredos.


Sento-me à sombra de minhas dúvidas, que amontoadas formam um aconchego.
Minhas certezas? Pouco me servem.
São inquietas e ordinárias. Mas me fazem companhia.


Há quem pense que nada penso... pensam tanta coisa que não penso!


Penso que talvez um dia minhas dúvidas se cansem, e fujam com minhas certezas.
O que me restará será o silêncio.
Esse não me abandona, pois já nasceu abandonado e a abandonar.
Silêncio que não é meu e de quem não sou.


Silêncio livre.


Livre silêncio.

Implosão

Sinto-me despida.
Despida de dentro pra fora.
Algo que invade, causa tumulto
Pequenas explosões. E sai.
Sai rasgando, rompendo minha pele de proteção
Onde guardo todas minhas certezas, dúvidas e medos.
Sinto-me despida.
Implodida por mim mesma.
Pois tive um dos meus eus encontrado.
Que ao ser revelado, indefeso ficou.
E resolveu fugir. Correr por caminhos inexistentes.
Despida de mais um eu.
Mas ainda eu.
Se sinto dor? Não. Não há mais espaço para sentimentos por aqui
O vazio presente é a imensidão da ausência.
De um eu descoberto, revelado. Desvendado.
Eu que corre. Que foge. Que rompe. Que rasga.
Eu que explode por dentro.
Eu que implodo.
Eu que fui.
E ainda
Fico
Eu.

Transeuntes



De onde vêm?
Pra onde vão?
Parece clichê, não é?
Então experimente me responder.
Experimento me perguntar
Dúvidas são sempre assim. São
Transeuntes. Passam. Olham. Riem. Vivem
Sobrevivem. Transeuntes. Não sei quem são.
Apenas transitam e transam com a rotina
Mas são amantes do Tempo.

Egocentrismo



Eu. Ali, no meio daquela gente.
Gente desimportante, porém imprescindível.
Imprescindível para o meu anonimato construído.
Que me faz ser quem sou. Um ninguém no meio de alguns.
Um ninguém de alguém do que sou o bastante suficiente para o nada vazio. Eu.