quarta-feira, maio 23, 2012
(Des)perdida
Daquela vez não havia respostas, nem perguntas.
Apenas procura.
Ele a procurava no caminho que outrora seguiam.
Mas que por um tropeço, se perderam, perderam-se.
Perderam-se um ao outro.
Em cada toque, em cada gesto, em cada fala... ele a procurava.
Sua aflição pouco era percebida por ela.
Que indiferente, ali não estava. Parecia não estar.
O caminho havia se perdido.
Tocava-lhe a pele rígida, porém insensível ao seu toque.
Ela não sentia.
Debruçava-se por cada palavra vinda de sua boca.
Mas eram palavras mudas. Nada diziam.
Ela não dizia.
Buscava-lhe nos olhos abertos e atentos. Neles, talvez, restasse o mapa do caminho.
Em sua procura ouviam-se gritos. Era um desespero em silêncio.
Ele sentia. Estava perdendo-a.
Segurou sua mão como num ato de socorro. Segurou firme.
Ela, não sentiu. Soltou-lhe por entre os dedos, desapercebidamente.
Em meio a gestos, falas, olhares e toques...
Ela não estava fugindo. Estava, apenas, seguindo.
Qual o caminho?
Não se sabe.
Sua única certeza... estava só.
Sem mapas, sem estrada, sem caminho.
Só a si.
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