Um lado sombrio que sempre aqui esteve
hoje que ir embora.
No entanto o dia está lá fora
e ele não gosta da luz.
Não gosta de sorrisos
Não gosta das flores
Não gosta de amores
Pertence ao desconhecido
O lado sombrio do desconhecido.
Não quer mais um passado remoto
Se foges,torna a voltar.É sempre assim.
Pois sabe que a fuga não existe
Essa fuga que ele quer é doce.
Doce como a ilusão.
Então fica.
Fica no canto à espera
Mas não gosta de esperar
A espera lhe lembra a morte
Já escrevera diversas vezes para ela
Creio que com o endereço errado
E nunca obteve resposta
Afinal a morte mora “ao lado”.
Por isso também
Não gosta da morte.
Certa vez disse-me ser a morte uma imbecil
Uma vida que não deu certo
Uma vida que é burra.
Serias então a morte uma vida cega?
Ou a vida seria uma morte bêbada?
Ambas lhe causam repulsa.
Esse meu lado sombrio
mal sabes quem sou.
Afinal não importa a ele
Sabe o quão sou insípida e ignorante.
Sim,ignoro sua presença.
Ignoro sua existência.
O meu lado sombrio
Não quer viver
Não quer morrer
Mas sobreviver...sobviver!
Ele já agoniza.
Tão sombrio...
às vezes penso ser minha sombra.