domingo, dezembro 02, 2007

Confissão

Se soubesses do meu ódio
Não sorririas para mim

Se soubesses das minhas dores
Não tocaria nas feridas

Se soubesses o porquê do meu silêncio
Não falarias assim

Se soubesses do meu passado
Não pensarias em futuro

Se soubesses da minha saudade
Não me lembrarias de nada

Se soubesses dos meus erros
Não tentarias corrigir-me

Se soubesses do meu amor
Não me amarias tanto

Se soubesses o que te digo
Não te falaria

Não te escreveria

(Eu) não existiria

(ponto final)


.

quarta-feira, novembro 14, 2007

Mas "por quê?"

Será que acabou?
meus sonhos pegaram um bonde
não compraram o bilhete de volta
também não sei pra onde seguiram
espero que a viagem seja longa
espero que a viagem seja boa
espero...
Será que acabou?
o copo está vazio
mas não vejo sinais do fim
(sinais não são vistos)
Cala a boca que já acabou!
Mas não parece!
O que seus olhos vêem?
Nada,diria.
O medo passou?
Não,a idade chegou.
Mas será que acabou?



Cala a boca e vai dormir,menina!

terça-feira, maio 08, 2007

Rotina

A noite desponta
E eu desponto

Desatino a chorar
Farta de desalento

Descubro(-me).

O dia desponta
E eu aponto

Desatino a sorrir
Farta de alento

Cubro(-me).

E já anoitece.

sexta-feira, março 16, 2007

O grito da Lua

Quando quiseres vir comigo
esperas amanhecer o dia
Sentes o grito da lua ao despedir-se
e o choro das estrelas.

Quando resolveres vir comigo
tentas sentir o calor que aumenta
a dor das flores ao secar
e folhas ao despencar
e nisso eu te espero...
Espero enquanto tu esperas

Quando quiseres vir comigo
não demores.
Estarei esperando

Tentas ouvir o grito meu
assim como o da lua,
que sempre cala-se novamente

Enquanto espera pelo encontro com o Sol...
sonha sem seu sol...só
sss

sábado, fevereiro 10, 2007

Meu Lado

Um lado sombrio que sempre aqui esteve
hoje que ir embora.

No entanto o dia está lá fora
e ele não gosta da luz.

Não gosta de sorrisos
Não gosta das flores
Não gosta de amores

Pertence ao desconhecido
O lado sombrio do desconhecido.

Não quer mais um passado remoto
Se foges,torna a voltar.É sempre assim.
Pois sabe que a fuga não existe
Essa fuga que ele quer é doce.
Doce como a ilusão.
Então fica.

Fica no canto à espera
Mas não gosta de esperar
A espera lhe lembra a morte
Já escrevera diversas vezes para ela
Creio que com o endereço errado

E nunca obteve resposta
Afinal a morte mora “ao lado”.
Por isso também
Não gosta da morte.

Certa vez disse-me ser a morte uma imbecil
Uma vida que não deu certo
Uma vida que é burra.
Serias então a morte uma vida cega?
Ou a vida seria uma morte bêbada?
Ambas lhe causam repulsa.


Esse meu lado sombrio
mal sabes quem sou.
Afinal não importa a ele
Sabe o quão sou insípida e ignorante.


Sim,ignoro sua presença.
Ignoro sua existência.


O meu lado sombrio
Não quer viver
Não quer morrer
Mas sobreviver...sobviver!


Ele já agoniza.
Tão sombrio...

às vezes penso ser minha sombra.

segunda-feira, janeiro 29, 2007

Lá se vai... (ou Amor Cotidiano)

Lá se vai aquela menina que ontem conheci
vai tão triste que muitos não a percebem

Lá se vai aquela menina que ontem beijei
vai tão em silêncio que muitos não a ouvem

Lá se vai aquela menina que ontem eu amei
vai tão sozinha que muitos não a vê

eu a vejo...a menina que ontem morreu.

Lá se vai a menina de mãos dadas com meu vizinho.

[...]

segunda-feira, janeiro 08, 2007

Em silêncio


O silêncio que me aguarda não tem pressa
sabe até onde posso ir

O silêncio que me olha não tem cheiro
sabe até onde posso ir

O silêncio que me toca não tem medo
sabe até onde posso ir

O silêncio que me cala não tem voz
sabe até onde posso ir

O silêncio que me alivia não tem fel
sabe até onde posso ir

O silêncio que me invade não tem dor
sabe até onde posso ir

O silêncio que me impele não tem lugar
sabe até onde posso ir

O silêncio que me segue não tem nada.


E com o silêncio eu vou
Com ele, não preciso saber até onde posso ir.